principal

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Carnaval 'de última hora' divide opiniões



já que a população estava certa de que não haveria mais a festa. Logo no início de janeiro, o prefeito Newton Lima anunciou que o município não teria condição financeira de promover o carnaval.
Sob pressão do estado, o prefeito voltou atrás e se comprometeu a realizar a festa momesca nos dias 14, 15 e 16, na Avenida Soares Lopes. O circuito da festa será reduzido e não haverá camarotes.

O governo do Estado vai disponibilizar dois trios, duas bandas e a participação dos cantores Cid Guerreiro e Viviani Trípodi (foto), além de R$ 200 mil. Para o estado, a não-realização do carnaval em Ilhéus prejudicaria o turismo baiano, já que é um destino muito procurado.
Como contrapartida, a prefeitura entrará com a logística e a contratação de bandas locais. O município terá menos de 15 dias para organizar a festa, fazer a divulgação e garantir a alegria dos foliões.
Para muita gente o tempo é insuficiente e as atrações não são convidativas. O ilheense teme pela possível falta de segurança, um problema comum no carnaval ilheense, e a falta de divulgação, que pode transformar o evento num grande fiasco.
Para o técnico em enfermagem Antônio de Souza Martins, uma festa como o carnaval, organizada com tão pouco tempo, de improviso e sem muitos atrativos “não pode resultar em nada que preste”.
Ele argumenta que muitas pessoas, antes informadas de que não haveria festa na cidade, se programaram para passar o carnaval em outros lugares. E com certeza não vão desistir de sua programação para “curtir” Cid Guerreiro e Viviani Tripodi.
“Para ser sincero, não lembro das músicas do Cid e nunca ouvi falar dessa Viviani”. Antônio acredita que o público que vai prestigiar o carnaval de Ilhéus é aquele que já estava programado para vir à cidade para descansar durante o feriado.
“O evento em si não vai ter força para atrair novas pessoas, não terá divulgação”.
Prefere sem
A comerciante Marli dos Santos defende que a cidade deveria permanecer sem a festa, pois todos já estavam acostumados com a ideia de que Ilhéus não teria o carnaval. “Organizar um evento deste gênero em tão pouco tempo dificilmente será positivo”.
Ela defende que o evento precisa de planejamento, divulgação, organização e atrativos que incentivem as pessoas. “Nada tenho contra as atrações, mas trazer gente do fundo do baú como atrativo principal já dá uma amostra de como será o evento”.
Enquanto muitos são contra o carnaval em Ilhéus, devido às circunstâncias, outros apoiam plenamente a festa e defendem que qualquer iniciativa para não deixar o folião na mão é válida.
É o caso do auxiliar de escritório Washington A. da Silva, para quem o motivo da realização da festa tem a ver com as próximas eleições mas, independente do objetivo, a iniciativa do governo do estado foi acertada.
“Ilhéus é uma cidade turística e não pode ficar de fora de uma festa popular como o carnaval. Mesmo com as restrições, acredito que será melhor do que se não tivesse nada”.
Outro que apoia é o estudante Marcelo da Silva. “Ilhéus, independente da festa, atrai turistas do mesmo jeito. Então, por que não oferecer aos visitantes e os moradores locais a tradicional festa momesca?” Ele diz que “nem todos se programaram o carnaval fora daqui”.